Crítica – Goosebumps: Monstros e Arrepios (Goosebumps)

Chegou aos cinemas brasileiros nesta quinta (22) a adaptação cinematográfica de Goosebumps, famosa saga de livros escritos por R. L. Stine dos anos 90 e série de TV da Fox Kids no começo de 2000. Aqui intitulado de Goosebumps: Monstros e Arrepios e com direção de Rob Letterman, três jovens se envolvem com livros capazes de libertar criaturas terríveis, e o único que pode reverter tudo é o próprio autor Stine, interpretado por Jack Black.

Goosebumps é conhecido pelo tom sombrio, porém não totalmente aterrorizante e sempre voltado ao público mais jovem, tanto nos livros quanto na série de TV. Gerava boas noites mal dormidas pelas histórias assustadoras e cheias de monstros interessantes. Porém, essa pegada passou longe das telonas com as escolhas de fazer um filme infantil e recheado de um humor bem suspeito.

As escolhas de Rob Letterman e Jack Black provam isso, faltou a pegada “assustadora” internacionalmente reconhecida. Letterman já dirigiu as medianas animações ‘Monstros VS Alienígenas’ e ‘O Espanta Tubarões’, além do fraquíssimo ‘As Viagens de Gulliver’, que é protagonizado por Black. O diretor aqui acaba fazendo um trabalho confuso e de pouca sincronia com o roteiro. Uma trama pouco aprofundada em que tudo aparece em um piscar de olho e some da mesma forma, sem dar tempo ao espectador de criar alguma expectativa. São muitos monstros e apenas alguns têm real aproveitamento, entretanto longe de causar algum arrepio como o subtítulo sugere.

As atuações, apesar de serem boas, não conseguem convencer pelo simples fato de que o filme não convence. Jack Black é o protagonista e, assim como sua carreira recente, se mostra bem apagado; o ator já não é mais o mesmo e a atuação baseada em facetas não se encaixa num personagem que parece sofrer de bipolaridade entre bonzinho e malvado. A irregularidade é marca presente no longa, ou seja, o trio de jovens também sofre disso. Os três mal se conhecem e logo embarcam em aventuras repletas de confiança. Dylan Minette e Odeya Rush formam o típico casal de mocinhos, já Ryan Lee se sai muito bem como o amigo atrapalhado.

Ponto forte

É um entretenimento agradável, no melhor estilo filme de família com boas cenas envolvendo gnomos de jardim maníacos, lobisomens e homem das neves.

Ponto fraco

Muito mal elaborado e cheio de escolhas contestáveis. A opção por fazer uma produção cômica e infantil foge do que podia se esperar de algo vindo do nome Goosebumps. Se funciona como entretenimento, passa longe de agradar como uma possível “homenagem” à altura e quem sabe trazer de volta o titulo. Os desfechos são vergonhosos, da mesma forma como os caminhos encontrados e a falta de uma ameaça real.

Nota: 5,5

Trailer – Goosebumps: Monstros e Arrepios

Por Adalberto Juliatto
22/10/2015 10h44